O trabalho psicanalítico se dá através de um encontro de você com o seu eu, onde o sujeito será convidado a sentar e falar tudo que vem a sua mente. Ali o sujeito começa o processo de discurso onde impõe conteúdo manifesto, que serão impostos através de ações, palavras, sonhos e manifestações do sujeito. Durante o discurso o analista terá a função de suporte na interpretação, pontuando falas do sujeito, dando ênfases as palavras que no decorrer das associações o analisado não se percebe. O analista será esse suporte, sendo um espelho para o analisado pontuando essas manifestações que passam como despercebidas.
Esse trabalho é nomeado como a cura pela fala, onde o sujeito vai aliviando a sua angústia com o seu discurso e colocando em cena os seus sintomas, através do trabalho conjunto do analisado e o analista de associação e interpretação. O sujeito começa um processo de autoconhecimento, ocorrendo com o seu encontro com o inconsciente onde contém vivências que deixaram de ser significativas passando a ser esquecidas pelo o sujeito como ocorrências da infância, mas durante o processo de análise elas passam para o consciente e passando a ter significância para o indivíduo.
De acordo com kuss (2015 p.30) “pelo efeito da fala o sujeito se realiza sempre no outro, mas ele ai já não persegue mais que uma metade de si mesmo. Ele só achará o seu desejo sempre mais dividido, pulverizado, na destacável metonímia da fala.” (apud LACAN, 1964/1968 P. 30) . O sujeito busca em análise um sentido para seus significantes, depositando no outro uma alienação a demanda que irá se fazer através da linguagem, o discurso. Só há discurso se houver uma perda, através da falta leva o sujeito a impossibilidade de dizer aquilo que se quer dizer, nada que liga ao discurso da linguagem é realmente a verdade. A necessidades de uma falta para ter um discurso.
Segundo Kuss (2015), o desejo seria um efeito de uma falta e essa falta é algo incompleto, o que irá impulsionar o sujeito ao discurso, levando a falar dessa marca da incompletude. Na análise o sujeito irá direcionar essa falta para o outro que o constituiu, o desejo é a falta do outro. O analisado estará sempre na busca de uma substituição desse outro que lhe dar um efeito de completude.
Segundo ELIAS, ALBERTI (2008), na psicanálise o sujeito irá ganhar o seu titulo de pensar e logo ser, por motivos de que durante seu processo analítico ele estará sendo escrito no mundo do simbólico, e lá ele colocara suas incertezas procedentes de dúvidas que passaram a impor sentimento de existência no mundo do real.
Na sessão analítica o sujeito impõe no seu discurso desejo e amor, de acordo com kuss (2015) “na psicanálise não se faz outra coisa a não ser falar de amor. Os modos pelos quais o sujeito ama e deseja, dizem da estrutura psíquica e da posição que cada sujeito adota diante da vida. ” ( apud LACAN 1972/1973 P. 01).
Para a mesma autora Kuss (2015) “em uma carta para Jung Freud cita que a psicanálise é uma cura e essência pelo amor. ” ( apud FREUD 1974 P. 10). Entende-se que a transferência se dá na relação entre analisando e analista, é uma relação de amor que se estabelece no campo do desejo.
A psicanálise nasce junto a era do romantismo, a partir de uma ideia romântica de Freud. O romantismo idealiza uma era em que os homens são felizes e naturais, enquanto o iluminismo sonhava com uma era em que a sociedade é mais igualitária. Freud juntou as duas teorias, criando então a psicanálise.
REFERENCIAS:
Alberti, Sonia; Elia, Luciano
Psicanálise e Ciência: o encontro dos discursos
Revista Mal-estar E Subjetividade, vol. VIII, núm. 3, septiembre, 2008, pp. 779-802
Universidade de Fortaleza
Fortaleza, Brasil
KUSS, Ana Suy (2015). Amor, desejo e psicanálise. Curitiba: juruá.
2 respostas em “Psicanálise uma cura pelo amor”
Muito bom. Seus textos.
Podemos chamar, de teoria prática.
Mostrando que: tudo passa, tudo se renova, e tudo se transforma.